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O caso Amílcar Cabral. Apontamentos críticos a propósito do princípio e do projecto da unidade Guiné-Cabo Verde - Sexta Parte

A título de desassombrado e descomplexado balanço, pode-se pois dizer que o princípio da unidade Guiné-Cabo Verde se demonstrou, historicamente, como o mais eficaz instrumento de catarse cultural e de libertação política do povo caboverdiano, para depois se desvanecer definitivamente e ao correlativo projecto de pátria africana bi-nacional nos horizontes geograficamente longínquos do “reajustamento” de João Bernardo (Nino) Vieira. Reajustamento, cujos fautores eram, tal “os bárbaros” do poema de Kavafis, muito aguardados, ainda que esconjurados como implicados numa odiosa...

A (Re)construção do cânone literário caboverdiano pelo olhar das antologias - Segunda Parte

É sabido que a sociedade caboverdiana forjada por mais de cinco séculos de dominação colonial caracterizou-se na sua fase final por um colonialismo clássico quase sem colonos e na qual a literatura erudita pré-modernista foi introduzida e cultivada por uma elite islenha autóctone e castiçamente caboverdiana ou, pelo menos, muito marcada do ponto de vista cultural e identitário pela caboverdianidade, se bem que também enredada nas malhas armadilhadas da cissiparidade pátrida. É neste contexto que considera o estudioso Rui Guilherme da Silva que a literatura criadas e cultivada...

Algumas reflexões a propósito do livro de João Paulo Tavares de Oliveira intitulado A UTOPIA NO ROMANCE BIOGRAFIA DO LÍNGUA, DE MÁRIO LÚCIO SOUSA* - 2ª Parte

Por ser uma narrativa ficcional, o romance de Mário Lúcio Sousa comporta na parte referente ao antigo escravo cubano Esteban Montejo uma série de especificidades que superam o mero testemunho pessoal sobre a sua história individual de vida e as suas memórias a propósito de uma sequência de épocas da história de Cuba para abalançar-se à construção do protagonista como um menino-prodígio que, com apenas sete meses de idade, aprende a falar como se fosse um gramático e, por isso, é contactado, ainda criança, pelo Rei de Portugal, também um infante, o qual fora previamente...

Ulisses anuncia recandidatura à liderança do MpD. “Cabo Verde não merece uma crise política nesta altura”

Ulisses Correia e Silva anuncia recandidatura à sua própria sucessão no discurso de abertura da rentrée política 2022-2023. Orlando Dias, ainda seu único oponente, reagiu de pronto: “Lamentamos que o anúncio tenha sido feito em contramão aos mais elementares princípios da ética, aproveitando-se de um ato público do Partido para o cavalgar a favor da sua candidatura. É feio, é mesmo muito feio!”

Os projetos econômicos diferiram-se na industria turistica, as 9 ilhas esperam desenvolvimento!

O sistema de produção nacional tem alguns recursos, hoje ainda ou inexplorado, ou pouco explorado – Maio tem jazigos de mármore; possibilidade de exploração de indústria cimenteira que foram avaliados para uma exploração para cerca de duzentos anos; salineira; carvão vegetal; oportunidade extraordinária para instalação de indústria de conserva e transformação de pescado; praias balneares ideais para exploração de indústria turística … Santo Antão tem reserva á vista de pozolana… todas as ilhas têm potencialidades para serem exploradas e rentabilizadas e o pais é...

Uma abordagem crítica do romance A ÚLTIMA LUA DE HOMEM GRANDE, de Mário Lúcio Sousa - Parte III

Lendo o romance A Última Lua de Homem Grande a par do livro Amílcar Cabral (1924-1973)- Vida e Morte de um Revolucionário Africano e do livro O Fazedor de Utopias-Uma Biografia de Amílcar Cabral, nas suas partes respeitantes à infância e à adolescência de Amílcar Cabral, fica-se com a impressão que estamos face a um menino super-dotado, a um menino-prodígio, tão agarrado aos estudos que diverge completamente da imagem que normalmente se tem dos retardados escolares, isto é, daqueles que ingressam na escola perfazendo idades muito superiores às dos demais condiscípulos e colegas...

Retrato de um Estado imoral  

Em Cabo Verde, a tributação fiscal é inversamente proporcional ao rendimento do contribuinte, quando este gravita à volta do sistema politicamente instituído. O “catador” é perseguido para pagar impostos, enquanto os “empresários de sucesso”fogem do fisco como o diabo da cruz, e ninguém se preocupa. Será que esses são os “apóstolos” do sistema? Quem sabe! Num país a sério, quanto mais se ganha mais imposto se paga, para que o Estado possa assumir as suas responsabilidades sociais. Cabo Verde foge às suas obrigações sociais, e isenta impostos aos seus...